26.1.19

sempre longe você chega de repente e quer restituir as bases de comunicação.
eu procuro em desespero o perto, peco, caio ao chão, nunca mais terei as mãos limpas,
automutilação.
as palavras simples escuto. coração em pânico no início, depois calma anestesiada.
você tinha o poder da minha fragmentação, agora entendo. poder que só poderia ser meu,
há vontade de gritar nesse momento de constatação.
um ser que se enxerga através de um outro ser, mas não há nenhuma possibilidade
quando não se fala, pronuncia, abre a boca e diz meu nome.
não há imagem, não há som, não há palavra. desaparecida, cedendo ao escuro.

não entende o que é simples. amo e pronuncio teu nome, imagem e som para tudo
e para todos. porque em mim é parte necessária, para ti é parte deixada de lado.
dor funda do esquecimento.