25.8.18

a que se apresenta ao espelho
jamais vi tal rosto
estranha a mim
obstáculos se cravam
a feição se modifica
há angústia e tristeza
despedaça que já era hora
nunca mais abro a boca
vê que machuca e tenta
o último golpe
de satisfação
os pássaros de manhã
gritam de desespero
na minha janela
nada cura a agonia
do nosso tempo
me torno vítima
pago com medo.