esperava mais rapidez nas últimas palavras
mas você morria desde o início dos ciclos
afeto não nutrido
amanhã, eu te quero
hoje, eu te odeio
não corta em mim isso aqui
que eu inventei pra mim mesma
me diz qual é a palavra
às vezes soco minha própria cara
dói mas assim eu me auto castigo
meus pais estão longe
não sei me cuidar sozinha
a comida fica esquecida na geladeira
depois eu não tenho mais comida
não sei o que é preservar
eu quero morrer tanto quanto quero viver
e agora escrever parece uma tarefa insuficiente
descobri faz pouco tempo
que a minha escrita é diarística
a vontade de não modificar
pra soar verdadeira.