corpo frágil na manhã de terça
leio o que preciso
acumulos desinteressantes
falta tudo, falta água na minha geladeira
estou coberta de dúvidas e de suor
dentro de uma manhã sufocante
e não abro as dobradiças quentes das janelas
quem chegará na sexta?
quem chegará hoje à tarde?
quem eu espero?
a me contar notícias surpreendentes
dos dias que também vivi ou morri
mais um livro esquecido me espera
mais uma tempestade
mais casos supérfluos
mais mesquinharias
e eu não sirvo para o cotidiano.